quinta-feira, 11 de maio de 2017

Penumbra

Na penumbra da noite, solitário,
sinto como se não fosse haver um amanhã,
sinto como se tudo rodopiasse diante de mim,
Não há estrelas,
não há beleza,
a única coisa que vejo que pode,
por algum segundo,
aspirar paz, é uma lua minguante,
no meio de incontáveis nuvens.
Mas essa lua não é bela, ao contrário,
sinto estourar de dentro de mim,
sentimentos sombrios, e tristes.
A lua se foi, e o que ficou,
foram somente as coisas que estavam ao meu redor,
ou, a falta delas. 
Reviro sozinho, nos lençóis que um dia cobriram uma vida,
e hoje, cobrem apenas uma alma quebrada,
tentando se reconstruir em meio a construções imensas
na imensidade da metrópole que um dia chamei de casa.
Mas meu lugar não é aqui, não é lá.
Meu lugar é na estrada, com pés cansados e dormência no corpo,
mão trêmulas no que muitos chamam de guidão, mas eu, chamo de extensão.
Extensão do meu ser, uma parte de mim,
a estrada fica pra trás cada vez mais rápida
e o tempo para, minha percepção de espaço tempo se altera.
Tudo flutua ao meu redor,
sou único,
sou forte,
sou o meu Deus,
sou minha jornada,
sou Universo,
sou a manifestação das leis da física que regem o todo.
Sou a toda poderosa força da aceleração,
num limbo, me encontro onde me perdi,
me perdendo constantemente,

para nunca deixar de me encontrar.

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