sábado, 22 de julho de 2017

Marron, ausência

Havia uma estrada marrom, marrom, a cor, quer dizer, dizem que é uma cor, mas ela misturada a essa estrada, não passa de uma ausência; É como se toda vida tivesse sido sugada de repente, como se todas as memórias tivessem derretido e se tornado poeira, a poeira marrom que cobria tudo que estava ali.
Árvores enfileiradas na costa da estrada, poderia ser um cenário belo, para muitos que passaram ali, mas hoje são quase como uma trilha sonora, mas sem som.
Dezenas de quilômetros mortos, como se o tempo tivesse parado,  ou será que é como ele tivesse acelerado absurdamente, a ponto de nada mais existir¿
Há uma bifurcação em um ponto, onde o asfalto coberto pelo tempo, pelo marrom, pela ausência, tende a continuar, mas o caminho que me chama, tem somente terra, pura, marrom.
Ao olhar pra esse, um sentimento de esperança, mínima, tende a cair sobre mim, parece que mesmo, tudo estando morto, parado, não há vento, não há som, não há nada. Mesmo assim a terra me da à impressão de eu ter a chance de uma nova escolha.
Abandono à estrada de asfalto morto, e sigo meu caminho em meio á arvores mortas em uma estrada mais viva, quem sabe aqui eu me encontre.



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