Na
penumbra da noite, solitário,
sinto
como se não fosse haver um amanhã,
sinto
como se tudo rodopiasse diante de mim,
Não
há estrelas,
não
há beleza,
a
única coisa que vejo que pode,
por
algum segundo,
aspirar
paz, é uma lua minguante,
no
meio de incontáveis nuvens.
Mas
essa lua não é bela, ao contrário,
sinto
estourar de dentro de mim,
sentimentos
sombrios, e tristes.
A
lua se foi, e o que ficou,
foram
somente as coisas que estavam ao meu redor,
ou,
a falta delas.
Reviro
sozinho, nos lençóis que um dia cobriram uma vida,
e
hoje, cobrem apenas uma alma quebrada,
tentando
se reconstruir em meio a construções imensas
na
imensidade da metrópole que um dia chamei de casa.
Mas
meu lugar não é aqui, não é lá.
Meu
lugar é na estrada, com pés cansados e dormência no corpo,
mão
trêmulas no que muitos chamam de guidão, mas eu, chamo de extensão.
Extensão
do meu ser, uma parte de mim,
a
estrada fica pra trás cada vez mais rápida
e
o tempo para, minha percepção de espaço tempo se altera.
Tudo
flutua ao meu redor,
sou
único,
sou
forte,
sou
o meu Deus,
sou
minha jornada,
sou
Universo,
sou
a manifestação das leis da física que regem o todo.
Sou
a toda poderosa força da aceleração,
num
limbo, me encontro onde me perdi,
me
perdendo constantemente,
para
nunca deixar de me encontrar.